segunda-feira, 27 de maio de 2013

a arte de (não) saber fazer mala

dizem que a prática leva à perfeição. no meu caso, essa regra aparentemente não se aplica ao dom de fazer mala. não importa quantas vezes eu viaje - nem são tão poucas assim -, a hora de fazer as malas é sempre precedida por um pequeno pânico. começa pela vontade de ser compacta - invejo imensamente as pessoas capazes de passar dias e dias apenas com uma mala de mão -, passa pela conclusão de que eu não possuo nenhuma das peças que preciso para sobreviver e termina no drama dos sapatos. por exemplo, para mim, sapatilha é um item essencial. já passei uma semana inteira em viagem de trabalho só com uma dessas. o problema é quando você vai ficar batendo perna. e se chover? levo minhas galochas? mas bota ocupa tanto espaço na mala... e por aí vai.

fazer as malas nada mais é do que tentar controlar o imponderável. por melhor que seja a previsão do tempo, você nunca sabe se vai chover; ou se vai ter uma dor de estômago, se a calça jeans vai rasgar, se vai optar por um restaurante mais chique. por isso, bons frutos da geração hiper-informada que somos, passamos os dias que antecedem a viagem escarafunchando a internet e tentando fazer dela previsível quando, na verdade, a melhor parte de viajar é exatamente escapar do conhecido, da rotina, das obrigações.

então talvez a solução seja se jogar no imprevisível, embrace the messiness of life, como diriam os americanos . em último caso, sempre haverá uma GAP da vida para nos socorrer.


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