quinta-feira, 7 de março de 2013

restaurante ou balada?

(disclaimer carioca: balada é o paulixtês para night, adaptação regional para o post)

uma das novas manias da noite paulistana são os restaurantes-balada, nome que eu deliberadamente atribui para este tipo de lugar. na teoria, são restaurantes, desses com hostess na porta, fila de espera - e bota fila nisso -, mesas, guardanapos de pano, cardápios e garçons. mas na prática, o clima é de balada. música alta (muitas vezes com DJ), sofás de quatro lugares comportando grupos de 10, garrafas de vodka e champagne em cima das micro-mesas, pessoas de pé que formam um verdadeiro obstáculo para chegar ao banheiro. 

o primeiro deste tipo que fui é o Brown Sugar, assim mesmo, como na música do Stones. depois veio o Brasserie des Arts, de algum lugar em Saint-Tropez - paulistanos adoram isso - e, mais recentemente, chegou por aqui o Bagatelle, que há algum tempo faz sucesso no Meatpacking District. da última vez que tentamos ir ao Bagatelle, em plena quinta-feira, às 20h, havia mais de duas horas de fila de espera, o que nos fez desistir. agora, estou planejando conhecer o Louis, filial de Miami - eu disse que paulistano gosta disso. o curioso é que, no próprio site, o lugar se define como ponto pré-balada. estranhei muito como, aqui em Sp, as pessoas saem para jantar - e beber - em um lugar badalado (leia-se caro) antes da tal balada propriamente dita. ou seja, na melhor das hipóteses, sua noite já parte de R$150/R$200. já no Rio, muitas vezes essa sequer é a conta total. se a proposta é sair pra dançar, ou ir pra night, como nós cariocas dizemos, então a pré (e não esquenta) pode até ser um barzinho, mas nada muito além disso. 

a verdade é que, possivelmente, um lugar desses não teria demanda suficiente para lotar todos os dias no Rio, que dirá varios diferentes ao mesmo tempo. não canso de me espantar com a quantidade de restaurantes, bares e boates em Sp, todos sempre ulta-movimentados, a tal ponto que criei uma regra: se chegar em um lugar com menos de 15 minutos de espera nos horários de picos, pode ir embora, certamente não é bom. e o mais impressionante é que não param de abrir novos lugares. desde que me mudei, ainda estou tentado conhecer os mais tradicionais, aí tem sempre um do momento que me pega e pronto. isso porque nem saio muito do eixo itaim-jardins. 

justiça seja feita: se nada bate um belo dia ensolarado no Rio de Janeiro, as noites paulistanas não deixam a desejar.

Moscow Mule no Brasserie - drink favorito de Sp

Brown Sugar e Rolling Stones all the way

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