domingo, 18 de setembro de 2011

Mil e um personagens

Facebook, Twitter, LinkedIn, Orkut, Google+, Instagram. Você provavelmente participa de alguma destas redes sociais - ou, se for como eu, de todas. Se tem uma coisa em que essas simulações de relacionamentos pessoais conseguiram reproduzir a realidade, é o desgaste. Como em todo convívio intenso, há um momento que ficamos saturados. Também, como na trajetória de vida construída no mundo real, digitalmente, não há volta. É preciso decidir quem se quer ser virtualmente tal qual o fazemos no dia a dia. Quer testar?

Abra sua página do Facebook. Agora vá descendo randomicamente pela timeline, sem pensar muito. Quantas pessoas cujos posts você pulou automaticamente, sem sequer começar a ler? E quantas ocultou recentemente? Reparou que costuma "curtir" quase sempre os comentários e postagens dos mesmos amigos? Isso significa que, também nas redes sociais, segmentamos, excluímos e sabemos o que esperar de cada um. Mas sabe o que os amigos esperam de você?

Como tudo o que é novo, ainda estamos construindo e aprendendo, na base da tentativa e erro, a etiqueta das redes sociais. Foi assim como telefones celulares, e-mails, chats, e tantas outras ferramentas de comunicação que surgem assim mesmo, sem quaisquer manual, e de repente estão por toda parte. Mas uma vez que entramos, aceitamos, passamos a ser parte deste experimento, e a estarmos sujeitos aos equívocos que não tem mais volta.

Por isso, cada nova rede social representa um recomeço. Foi assim com o Facebook, Twitter e agora Google+. Uma nova chance de ser outra e-pessoa, como mudar de país, conhecer novos amigos. Quem você quer ser naquele espaço virtual? O falastrão, a ativista, o oversharing, a discreta? Ter muitos amigos, ser seletivo? Não importa o quanto se esforce, é impossível ser coerente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário