segunda-feira, 28 de setembro de 2009

recém-nascidos

Atenção, pessimistas de plantão: se você é um dos que assina embaixo das milhares de previsões sobre o fim do jornal impresso e a crise da indústria de notícias, o mercado editorial brasileiro tem um conselho - reconsidere.
Ontem a Rede Record pôs no ar um novo portal, o R7, que veio para competir com o G1 da Globo. Basta o primeiro clique para perceber a concorrência escancarada, porque um é a cara do outro. Para reforçar o time, o pessoal do bispo ofereceu bons salários e trouxe algumas figuras importantes do jornalismo, como por exemplo Daniel Castro (ex-folha). Os pessimistas incorrigíveis argumentariam que trata-se de um site e o que está mesmo condenado são os jornais impressos.
Então, mais uma novidade. Dia 8 de outubro, será lançado o Brasil Econômico, jornal com foco em economia, finanças e negócios, de circulação nacional, que vem para ocupar o vácuo deixado pelo encerramento da Gazeta Mercantil. O veículo pertence ao grupo português Ongoing e seu primeiro diferencial do concorrente Valor Econômico será o fato de que sairá também aos sábados. A proposta é durante a semana oferecer uma cobertura mais factual, estilo hardnews, e, aos sábados, publicar análises mais densas, além de cadernos de cultura, lazer e consumo. Será a ideia seguir a linha editorial da internet de segunda a sexta e da revista semanal aos sábados?
O fato é que jornalistas, assessores e leitores ganham com estes novos veículos. A competição na mídia, como em tantos outros mercados, é saudável na medida em que exige mais qualidade - ou ao menos ofertas diferenciadas - de todas as partes. Haja vista o caso Rio x São Paulo. Se na capital carioca a classe média não tem mais opção senão render-se ao monopólio das Organizações Globo, em São Paulo, a concorrência entre Folha e Estado ainda produzem alguns excelentes frutos como os cadernos Aliás (OESP), The New York Times (Folha).
E se tudo isso ainda for pouco, o Primeiramão, do Grupo Bandeirantes, deixa de ser apenas classificados (função que ocupa há 29 anos) e passa a oferecer também conteúdo editorial a partir de outubro. O Primeiramão Jornal será voltado ao público B e C, principalmente jovens, e distribuido gratuitamente na capital paulista. Isso mesmo, Murdoch, gratuitamente. Afinal, segundo o magnata, estão contados os dias de conteúdo gratuito.
Pode ser que sim, mas, por enquanto, um viva à imprensa!

Um comentário: