domingo, 23 de outubro de 2011

Qual é o limite?

Para tal matéria da pós, o professor decidiu que usaríamos um sistema colaborativo em nuvem, no qual todos deveriam postar seus trabalhos, textos e comentários e por onde seria feita também a comunicação sobre os assuntos da disciplina. Foi ele explicar isso na primeira aula e a classe quase veio abaixo. Também, na ONG da qual participo, o material fica todo no Dropbox para que os voluntários possam acessar e incluir o que for necessário, mantendo tudo atualizado sempre. Há quem diga que o sistema é muito complexo. "Eu não sei mexer nisso".

Taí uma frase que, por incrível que pareça, eu ouço bastante. Por medo, preguiça ou mero desinteresse, muitos escolhem ficar de fora da tal revolução digital. Aprendem a usar o Facebook, trocar mensagens via celular, dar uma olhada em notícias na web e pronto. Aí eu pergunto - não éramos pra ser a geração à frente de nosso tempo? O que está acontecendo?

Por alguma razão, muita gente se recusa a aprender como lidar melhor com toda a tecnologia que temos a nosso dispor - "é que eu acho mais fácil do meu jeito". Será o medo do novo ou simplesmente cansamos de aprender? E se este é o caso, com o quê estamos gastando nossos zilhões de neurônios? Sim, porque a maioria parece não ter mais tempo a perder com livros, história e essas coisas do passado. Mas, ao mesmo tempo, também recusam o próprio presente.

Claro que há exceções. Conheço pessoas que são verdadeiros hackers disfarçados de gente-como-a-gente, e acho o maior barato. Mas também há, de sobra, aqueles que gastam uma pequena fortuna no último celular do momento e limitam seu uso às funções mais básicas do aparelho. Confesso que este limite tão raso me dá um certo incômodo. Por que fazer questão de ignorar o que pode melhorar (e simplificar) sua vida? Por que não estamos testando nossos limites para além da inteligência, seja ela real ou artificial?

Assisti ontem ao filme Sem Limites, cuja história é de um autor fracassado que descobre uma pílula mágica - qualquer equivalente ao pó de pirlimpimpim, só que menos inocente. Esses comprimidos expandem as conexões de seu cérebro, fazendo com que ele trabalhe à máxima potência. O argumento é interessante na medida que evoca a sede de conhecimento, a essa altura muito perdida. Vamos nos habituar a fazer o mínimo, porque, afinal, todas as máquinas já fazem muito mais? Ou vamos assumir a liderança e criar o que essas máquinas podem fazer?







That's the question. 



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