domingo, 21 de agosto de 2011

tudo uma questão de timing


quem nunca começou a ler um livro, não se interessou, parou no meio e, meses - ou anos - depois, devorou o mesmo livro em alguns dias? ou reviu um filme que não tinha agradado tanto da primeira vez, mas pareceu imperdível no bis? A recíproca também é verdadeira. Para um amigo, livro é como um pacote de bolachas: se você para no meio e guarda, nunca mais ele volta a estar fresquinho.

Discordo. Acredito que todo livro, filme, exposição, música, tem um bom tanto da interpretação que nós damos a eles e, portanto, estão sujeitos a nosso estado de espírito. Numa escala menor, tem dias (finais de semana, mais precisamente) em que leio o jornal inteirinho, de cabo a rabo. Já em outros, prefiro uma passagem geral, sem muita paciência para matérias maiores ou mais analíticas. E precisamos aprender a respeitar isso, ou seja, o nosso timing.

Nesta semana fui assistir A Árvore da Vida nos cinemas. Tem Brad Pitt, Sean Penn e um Palma de Ouro - tinha minha atenção. Tá certo que não é um filme fácil, de narrativa convencional - basta dizer que, li em algum lugar, o longa teve *oito* montadores. Tem um tom existencial e excesso de referências religiosas. Mas, mesmo assim, foi um dos pouquíssimos filmes dos quais sai no meio.

Primeiro que tive uma crise de riso durante 10 minutos, logo no início. Depois não havia o que me fizesse entrar naquela história, me interessar pela linha seguinte do diálogo ou ficar instigada, esperando a cena por vir. Eu só estava esperando as horas passarem, o filme terminar. Lá pelas tantas, mais de uma hora havia se transcorrido e tudo o que queria fazer era levantar e ir. Teria eu gostado deste filme há dois anos, ou daqui a cinco? Talvez. Mas naquele dia, resolvi respeitar o meu próprio timing.

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