domingo, 31 de julho de 2011

de bar em bar

Fazia tempo que não lia um bom policial. e a vantagem dos romances policiais é que, mesmo quando não são tão bons assim, são ótimos. é como um filme de suspense daqueles bem clichês numa noite tediosa em casa: sob medida.

o curioso deste gênero é que menos importa o plot e muito mais o ambience. um pode pensar que quanto mais misteriosa e mais bem construída a trama, melhor a história, mas ledo engano. para mim, o que faz um bom policial mesmo é a combinação perfeita entre dois fatores, um detetive politicamente incorreto e igualmente genial e a cidade certa. não por acaso, vários deles se passam em Nova York, como este meu último. Quando nosso boteco fecha as portas faz parte daquela coleção ótima da Companhia das Letras cujas capas são fotografias em preto e branco com a lombada colorida, e foi o primeiro que li do Lawrence Block.

a história se passa na Manhattan da década de 1970 e, diz o editor, ainda que não seja a primeira, é a melhor introdução ao personagem Scudder. o livro não é brilhante, no entanto, propõe um agradável passeio pelas ruas da minha ilha favorita em uma época quando o Meatpacking District ainda era lugar de açougueiros e o Giuliani não havia resgatado a cidade do crime. de bar em bar (aliás, como bebia-se naqueles dias), o autor nos conduz por um imbróglio de três histórias paralelas aparentemente desconexas vividas por um grupo de bon vivants. engraçado é o quase irrelevante papel do "detetive" Scudder, que nada mais é além de um policial aposentado fazendo favores aos amigos de bar. ainda assim, as investigações embriagadas e relaxadas que conduz, são de alguma maneira interessantes. eu apenas descartaria a última página do livro, que mais parece uma espécie de redenção religiosa a um bom e velho final de história.

overall, posso dizer que gostei de me sentar à mesa com o Matt Scudder.

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