domingo, 13 de fevereiro de 2011

é tudo uma questão de meio

veículos de comunicação. novas mídias. atualmente, há dezenas de maneiras diferentes por meio das quais podemos nos comunicar seja pessoal ou profissionalmente. mas escolher "onde" falar pode ser tão ou mais importante do que quando e como. para complicar, normalmente é uma decisão que precisa ser tomada rapidamente sob um impulso significante, seja o senso de urgência, angústia ou reação.

em um artigo que li recentemente, Scott Belsky, fundador da Behance Network, propunha considerar cinco níveis de comunicação:

1 - e-mails e cartas, são mensagens que podem ter qualquer tamanho e não tem a dinâmica de uma conversa, ou seja, você manda e pode esperar minutos, horas ou semanas para ter resposta. há muitas chances de mal-entendidos.

diria que esse é hoje um dos meus principais meios, seguido pelo nível 2 (abaixo), sobretudo no trabalho. a maior parte das empresas depende, literalmente, de e-mails, a ponto de esperar uma conversa tida por telefone ser "formalizada" para seguir. quando há situações de conflito, procuro esperar uns bons minutos antes de responder tal e-mail, e considero uma escolha positiva, pois dá tempo para refletir e elaborar a melhor resposta. além disso, também acredito que o texto proporciona a chance de ser mais eloquente. por outro lado, como costuma-se dizer, "e-mail não tem voz" e abre caminho para muitas interpretações incorretas.

2 - qualquer tipo de mensagem instantânea, seja SMS, MSN, BBM ou equivalente. as chances de reduzir os mal-entendidos seriam maiores, pela velocidade de resposta, e é um meio que exige informações concisas e diretas, portanto, não seria adequado para assuntos mais sérios.

sei de muitas empresas que trabalham com IM corporativo. lá no escritório, utilizamos o chat do Skype principalmente quando queremos trocas rápidas sobre assuntos que não podem ser ditos em voz alta - uma das desvantagens de estruturas open space. a mim me é bastante útil, mas há quem queira entrar em longas discussões que poderiam ser mais facilmente resolvidas com uma rápida visita ao espaço alheio.

3 - o diálogo verbal traz a reboque as inflexões pessoais, ou seja, evidenciam descontentamentos. por outro lado, seria um mal necessário em certas situações.

a principal desvantagem é, muitas vezes, ser realmente difícil encontrar as pessoas por telefone. estão fora de suas mesas, não atendem os celulares, ficam em reuniões... além do mais, quem nunca "filtrou" uma ligação que não gostaria de atender naquele momento?

4 - discussões pessoais espontâneas são aquelas vezes nas quais você decide de fato levantar e ir até a mesa do colega. para o autor, essa opção é muitas vezes melhor do que os níveis acima porque o contato olho-no-olho facilita o entendimento.

a vantagem de trabalhar em lugares nos quais você tem portas abertas com os superiores é esta - assuntos delicados podem ser resolvidos pessoalmente. para quem lida com clientes, há dezenas deles por semana.

5 - o último nível são as discussões pessoais agendadas. neste caso, os participantes teriam tempo para se preparar, garantiriam privacidade e dinamismo.

mea culpa: utilizo muito menos esta alternativa do que deveria. às vezes bastariam 15 minutos, um café ou almoço para resolver uma série de questões presentes. ainda, no dia a dia corrido que todos temos, o compromisso no Outlook pode realmente nos forçar a sentar e lidar com coisas que acabam ficando de lado. é claro que nem tudo precisa de uma conversa pessoal pré-agendada, mas como o próprio Scott sugere, este tipo de comunicação não é - ou não deveria ser - restrito a assuntos formais.

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