domingo, 6 de junho de 2010

trabalhando de casa


estive fazendo um trabalho para a pós sobre home office, aquele esquema que muitas empresas estão adotando total ou parcialmente no qual os funcionários trabalham de casa, comunicando-se através de e-mail, telefone, etc.

as vantagens são óbvias em uma primeira avaliação - mais qualidade de vida, nada de enfrentar trânsito para chegar ao escritório, o que significa mais tempo para a família e para você mesmo. do outro lado, as empresas conseguem reduzir significativamente seus custos, não apenas com vale-transporte e vale-alimentação como com a própria infraestrutura necessária para acomodar todos em um espaço próprio.

tudo isso é ótimo. na teoria. mas e o contato humano? a importância de almoçar com outras pessoas, trocar com os colegas problemas do trabalho e até pessoais (com moderação)? será mesmo que vamos deixar as relações tornarem-se apenas digitais?

certa vez estive em um encontro com a maravilhosa Lygia Fagundes Telles. como a maior parte dos escritores, Lygia trabalha em casa. mas lembro que me marcou muito quando ela contou que, todos os dias, logo de manhã, toma banho, se veste e maquiava como se fosse sair - "esse é o meu ofício, meu trabalho, não posso fazer de qualquer jeito" dissera. e ali estava, essa senhora de muitas idades, como diria minha avó, explicando que, para ela, home office era apenas uma questão situacional.

como a nossa geração vai lidar com isso, ainda é cedo para dizer. mas é fundamental não esquecer que precisamos de companhia, mesmo que seja no trabalho.


Um comentário: