segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

em revista


Não sei vocês, mas aqui em casa as revistas disputam bastante espaço na sala. Além das duas assinaturas que temos - Piauí e Exame - a quantidade de exemplares comprados por mês deve girar em torno de cinco ou seis. Ainda há os suplementos que acompanham o jornal - outra assinatura, a da Folha de S. Paulo -, os anuários, especiais e guias da cidade. Em suma, chego ao ponto de ter muito mais páginas de revistas do que horas livres para lê-las.

2009 não foi o ano das revistas. Os números do primeiro semestre indicam que, enquanto a receita publicitária da internet cresceu 25%, a das revistas caiu quase 10%. A necessidade de suprir essa migração fica evidente em veículos como a Veja, por exemplo, cujo conteúdo editorial começa em torno da página 30 (as primeiras são apenas de anúncios).

Verdade que muito do conteúdo pode ser acessado via web, o que faz cada vez menos pessoas assinarem e comprarem as revistas, e, por consequência, leva os anunciantes a seguí-las para a web. Mas também é um fato que vivemos a superinformação e nos falta tempo para acompanhar, simples assim. Lá no escritório, assinamos quase todos os principais veículos da chamada Grande Imprensa. Jornais diários de Sp e Rio, revistas semanais, mensais, de negócios, cultura, femininas e variedades. Os assuntos "quentes", como chamamos no jornalismo as notícias mais recentes, se repetem e são raríssimos os casos de ângulos inovadores ou abordagem criativa de um mesmo tema. As reportagens ficaram triviais. Já os assuntos "frios" são requentados sempre que sobra espaço para suprir. Nos jornais, são os buracos da cidade e caos no trânsito, nas revistas, pautas sobre carreira, saúde, amor e sexo. Não necessariamente nessa ordem.

Buscamos, na internet, um panorama geral dos acontecimentos. Factuais, matérias curtas, que nos deixem a par do que se passa no mundo entre uma reunião e outra. Sendo assim, até então, recorríamos às revistas para análises mais profundas, reportagens bem elaboradas. Mas se a internet ainda não conseguiu roubar de vez nosso foco de atenção, o caminho é curto. Sempre me sinto mais atraída a ler uma matéria impressa, folheando as páginas da revista. E isso, como sabemos, é uma questão de tempo. Se a mídia ainda não encontrou a forma ideal de rentabilizar o acesso ao conteúdo, esse é um futuro que está sendo inaugurado por gigantes americanos, como foi o caso do NY Times na semana que passou.

Nossas assinaturas migrarão de físicas para online, como tantas outras coisas já fizeram, e nos habituaremos a ler nas telas de laptops, celulares e Kindles que virão. Por ora, só posso dizer que os banquinhos da sala de estar agradecem.

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