Por conta do lançamento da Editora Planeta, A ascenção do dinheiro, de Niall Ferguson, estive muito em contato com este professor britânico, que hoje divide a maior parte do seu tempo entre os EUA e sua terra natal e é a maior referência em história econômica.
O livro, que já é um sucesso de vendas tanto no Reino Unido quanto na América do Norte, foi publicado em novembro do ano passado pela Penguin, bem no olho do furacão da crise financeira que acometeu tanto os americanos quanto o resto do mundo, e trouxe consigo muitas explicações para o fenômeno. Segundo Mr. Ferguson, esta seria a terceira grande crise global que vivemos, contabilizando-se a famosa dos anos 1930, e uma anterior, no final do século XIX. E parece que, em todo esse tempo, não aprendemos a mais importante lição de todas - toda bolha que alimentamos, uma hora ou outra, se rompe e estoura.
Niall Ferguson nasceu em Glasgow, em 1964. Professor da Harvard Business School e de Oxford, é especialista em história econômica e financeira, bem como na história do Império Britânico. Conhecido fora da academia por sua visão do imperialismo e colonialismo, publicou quatro livros de sucesso, incluindo este último, que chega ao Brasil em julho, mas já é o livro mais vendido do selo de não-ficção da Penguin, além de ter sido adaptado a um documentário exibido no Channel 4 (UK) e atualmente no ar pela PBS (USA).
Mr. Ferguson, um dos mais requisitados acadêmicos do momento, é também extremamente acessível e bem-humorado. Com aquele típico humor inglês, é capaz de dar entrevistas em táxis, trens, ou qualquer outro meio de transporte ao longo de suas jornadas pela Europa, mas também de impor, com toda delicadeza, seu limite de tempo. Em nossa última entrevista, me disse que precisaria parar às 19h30, horário local, pois estava dando um jantar de aniversário para sua mãe em casa. De bom grado, responde e-mails no meio da madrugada e lhe oferece sua visão acerca de alguns dos mais polêmicos temas do momento: crédito, bancos, inflação. Ao final de cada conversa, você tem a sensação de que está quase - quase - entendendo o funcionamento do complexo sistema financeiro global. Tudo isso porque ele tem a habilidade narrativa, tanto escrita quanto oral, de facilitar para o mais leigo dos leigos, assuntos tão abstratos quanto a história da moeda no mundo.
A mim, que nada me interesso pelo assunto, já interessou ler A ascensão do dinheiro. Se por nada mais, pelo tom, nada condescendente com que Mr. Ferguson consegue nos explicar o que a maior parte dos jornalistas não pôde.
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