Basta qualquer rápida passada de olhos pela lista dos livros mais vendidos aqui do Brasil - aquelas publicadas semanalmente nos principais jornais e revistas - para perceber que literatura estrangeira faz sucesso.
Na lista de ficção, por exemplo, durante muito tempo o único brasileiro foi Augusto Cury e seu bestseller O vendedor de sonhos, cujo segundo volume, acaba de entrar nos dez+ também. Neste ano, Cury passou a ser acompanhado por Chico Buarque, o que dispensa esclarecimentos. O curioso é que Augusto Cury também está entre os mais vendidos de autoajuda, reforçando o fenômeno das "ficções de autoajuda", no estilo de A cabana. Será essa a nova tendência dos leitores brasileiros? Se isso significar mais valorização à literatura nacional, so be it.
Aproveito o ensejo para dar uma olhadinha nos 10+ do Amazon e entender o que eles estão lendo afinal. Estão lá nomes já conhecidos pelas nossas listas como Stieg Larsson e o segundo volume de sua trilogia, The Girl Who Played With Fire (A menina que brincava com fogo), e também Dan Brown, o autor de Código da Vinci, que voltou a ser badalado com o lançamento do filme Anjos e Demônios, baseado em seu livro. Por falar em autoajuda ficcionada ou seja lá que nome leve, está lá, claro, The Shack (A cabana). Mas o best-dos-bests ainda não chegou por aqui. Chama-se The Time Traveler's Wife, de Audrey Niffenegger. Sei pouco do livro, além de que mistura ficção científica com romance, o que já basta para tirar minha vontade de ler. Resta então a pergunta: se somos conhecidos por seguir os passos da cultura norte-americana, será ficção científica o próximo hit brasileiro?
Anaik,
ResponderExcluirparece que o assunto está no ar. Ontem mesmo eu fui a um evento na Biblioteca Nacional e falei sobre a divulgação insuficiente que se tem para a literatura nacional.
Estou cansada de olhar a lista dos mais vendidos e só encontrar livros estrangeiros. Viaje de metrô, repare nas pessoas que estão com livros na mão. Você encontrará "A cabana" e outros estrangeiros. Por que? Porque é moda. Alguém vê na Veja, na Época, nos jornais a lista dos mais vendidos. Entra nas livrarias e é o que está na linha de frente. Então resolve comprar e depois indica para o amigo. Parece corrente. Ouço isso no salão de beleza, nas lojas, na rua.
Imagine o que poderia acontecer com a literatura nacional se isso fosse feito com os autores daqui.
Por isso, proponho (e estou tentando conseguir isso junto às livrarias) uma lista de mais vendidos separada, somente com autores nacionais.
Não temos apenas meia dúzia de escritores famosos, temos dezenas de talentos os quais a maioria dos brasileiros desconhece completamente.
Beijinhos,
Ana Cristina