domingo, 15 de março de 2009

bruxas e vampiros

Na geração Harry Potter, o novo best-seller do momento é uma série já com quatro livros publicados, Crepúsculo (Twilight). A trama é velha conhecida da literatura e do cinema: uma menina de 17 apaixona-se por um rapaz vampiro. Ainda assim, os livros ocupam todas as posições das listas de mais vendidos no Brasil e no mundo e o primeiro volume da saga não demorou a seguir o caminho natural dos grandes best-seller e chegar às telonas, tornando-se também um sucesso de bilheteria.


A pergunta que faço é por que histórias tão antigas quanto bruxas e vampiros ainda encantam os jovens. Vimos este fenômeno em avalanche com os sete volumes de Harry Potter, o menino bruxo, que ainda repercute em vendas e em filmes blockbusters. Agora, a autora Stephenie Meyer de 35 anos, já vendeu mais de 42 milhões de cópias de Crepúsculo resgatando um tema tão antigo quanto Drácula, associando ainda mais a mesma geração aos romances de terror. Por que será que tantos adolescentes conseguem se identificar com questões tão irreais quanto escolas de magia e chupadores de sangue?


Em Harry Potter, a grande acertada de J.K. Rowlling foi criar personagens absolutamente sólidos e encantadores, já com a promessa ao público de acompanhá-los por sete anos. Não li Crepúsculo, mas a crítica concorda que os personagens são fracos e a trama falha, ainda assim, é unânime ao consagrar a obra como "grudável".


Será que autores e editoras estão recorrendo à magia para vender?

3 comentários:

  1. Oi, Nik. Bom, não costumo comentar, mas como gosto muito de ambas séries comentadas, acho que posso agregar algum valor a essa discussão.

    O fenômeno Harry Potter é mais óbvio. JK é uma excelente escritora que conseguiu criar um mundo mágico, surpreendente, onde as pessoas gostam de passar seu tempo. Além disso, ela conseguiu criar uma série que cresceu junto com seu público. Ou seja, o pivete de 11 anos que leu o primeiro HP continuou a ler na medida em que cresceu - ela não perdeu leitores para a idade, só agregou. E ela usou a história clássica do bem contra o mal onde o bem é mais fraco, é imperfeito mas mesmo assim vence no final. Outro ponto muito importante foi a jogada de marketing de lançamentos e produtos/serviços agregados a série.

    E é o Marketing que está vencendo com Crepúsculo. Tenho que admitir. Stephenie Meyer não é uma puta escritora. A história tem falhas graves e seu fim é fraco que chega a doer. Mas ela criou, no vampiro (!) o príncipe encantado ideal para as jovens mulheres americanas entre 15 e 25 anos. Além do mais, a personagem principal é a menina mais ou menos que conquista esse grande amor. Não tem como não se identificar com essa personagem. Ela é mais ou menos tudo que todas nós somos. Bom, esse público é um dos mais fortes formadores de opinião hoje em dia, você junta isso com uma mega estratégia de marketing com shows, tours e etc e você tem o fênomeno Twilight.

    É um pouco do que eu acho. Tem mais, mas acho que escrevi demais, já. ;) De modo geral, só fico feliz das pessoas estarem lendo. Se elas começam com HP, Twilight, Anne Rice e continuam chegando em Jane Austen, Dickens, Heminghway, como podemos não gostar?

    Adoro seu blog! Beijo!

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  2. Oi Jo,
    Adorei a sua visita!

    Concordo com você sobre a explicação primária para o fenômeno Harry Potter estar, principalmente, na solidez dos personagens que nos fez (me incluo porque também sou fã) querer acompanhá-los ano a ano. Não há dúvidas sobre o papel do marketing - ou seja, a aposta das editoras - neste e em tantos outros grandes sucessos de vendas, inclusive arrisco dizer que o Crepúsculo pegou a rebarba dos "órfãos" de J. K. Rowlling.

    Sobretudo concordo que, seja como for, qualquer fenômeno da literatura é louvável, principalmente aqueles que iniciam jovens leitores. Ainda assim, tenho minhas dúvidas sobre quantos mesmos leitores frequentam as páginas de Crepúsculo e de Heminghway, Charles Dickens, etc, ainda que haja exceções como você.

    Mais do que uma literatura popular, acredito em literatura de qualidade e vou falar sobre isso em meu próximo post. Continue visitando e comentando!

    Até!

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  3. Adorei HP e Crepúsculo. Concordo completamente com a Jo. Qual menina de 15 a 25 anos não sonha em um dia achar um príncipe daqueles? Na minha opinião, ele ser vampiro é um mero detalhe. Aquilo que realmente gruda a gente no livro é a história de amor entre os dois.

    Para mim, assim como na música, cada livro (ou podemos até falar em segmento literário) tem sua função e uma proposta. A dos livros como HP ou Crepúsculo certamente é divertir, são os livros que você nem sente que está lendo. A missão deles está cumprida e o marketing muito bem feito.

    ps. adorei a homenagem!
    bj Carol

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