domingo, 8 de novembro de 2009

presenteando

Basta ir a qualquer shopping center ou passear pelas ruas da cidade para não ter dúvidas: o Natal chegou. Jingle Bells à parte, estes próximos dias significam compras e mais compras, pois, para alegria da economia, é chegada a hora de dar presentes. Presentear é uma arte. Algumas pessoas têm esse dom, enquanto outras ficam muito perdidas e aflitas para escolher o que comprar. Isso porque, além das pessoas queridas, acabamos tendo que comprar presentes também para outras nem tão próximas assim, seja por causa de um amigo oculto no trabalho ou de uma confraternização na casa de amigos.

Eis que, nesse momento de dúvida, muita gente recorre ao bom e velho livro para presentear – e ainda tem uns achando que o livro está com os dias contados, mas enfim, isso é papo para outro post. Dar um livro de presente pode não ser uma tarefa tão simples quanto parece. Para mim, o livro pode ser muitas vezes um presente mais íntimo do que perfumes ou roupas, na medida em que você vê como a pessoa se veste ou que tipo de fragrância usa, mas o gosto literário, bem... esse não é facilmente exposto. Portanto, antes de se aventurar pelas livrarias, algumas considerações.

A primeira e mais importante delas é também a mais óbvia: a pessoa em questão gosta de ler? Você já a viu lendo, comentando sobre certo título, autor, ou sequer carregando um livro? Em caso negativo, deixe para lá e escolha outro tipo de presente. Entenda que, normalmente quem gosta de livro, realmente gosta de livro. Ninguém vai resolver ler apenas porque ganhou um de presente de Natal. Mais provável que ele entre na próxima Saraiva e troque por um CD.

O segundo passo é escolher o gênero. Desencorajo livros técnicos ou de ensaios como presente. Não só por não ser, em absoluto, a proposta da ocasião, como você ainda corre o risco de errar feio e chutar a bola para fora do estádio. Posições profissionais podem ser como religião ou política, pise no calo do sujeito e você arranja um inimigo em dois tempos. Considero um bom romance policial a sua melhor chance de acertar. Ficção com ritmo de thriller, personagens marcantes, leitura fácil e dinâmica, costuma agradar Gregos e Troianos.

Para melhorar suas chances de sucesso, passe longe dos livros-calhamaço, de 400 páginas para cima. A chance de espantar o leitor amador é grande. Tampouco aposte em livros que façam parte de uma série. Nestes casos, ou bem o presenteado é um fã e já tem toda a coleção ou você acaba de dar uma fração de presente.

Por último, algumas dicas de lançamentos bacanas para este final de ano:

O seminarista, Rubem Fonseca (Editora Agir)

O mundo, Juan José Millás (Editora Planeta)

O leitor, Bernhard Schlink (Editora Record)

Céu de origamis, Luiz Alfredo Garcia-Roza (Companhia das Letras)

Quem tiver outras sugestões, compartilhe. Nada como um bom boca-a-boca para revelar um ótimo livro.

 

Um comentário:

  1. Adoro ler seu blog... Como sempre, você escreve sobre assuntos pertinentes! E adoro suas sugestões de leitura! A forma como você apresenta os autores dá vontade de ler todos. Pena que não tenho tempo!
    Vai vir pro Rio algum fim de semana de Novembro? Podíamos combinar de todas irem a finalíssima contra o Grêmio e, se tudo der certo, comemorar o hexa!!!!!

    Beijos,
    Lorena

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