sexta-feira, 13 de novembro de 2009

lançamento: fazer ou não fazer?

Ontem estive em um lançamento a trabalho - que por sinal, foi um sucesso - e não pude deixar de pensar sobre este tradicional evento do mercado editorial, que hoje me parece mais um grande dilema.
Para o autor, pode ser muito cansativo. São horas e horas autografando, cumprimentando centenas (com sorte!) de pessoas e tendo poucos minutos de atenção para cada uma delas, que afinal, estão ali por sua causa. Pode não ser o melhor dos programas para os convidados também. Frequentemente, não tem lugar para sentar, o serviço de coquetel não é dos mais caprichados e as filas são compridas. Já a editora corre o risco de montar todo o evento e não ter quórum, o que significa dinheiro desperdiçado e um autor frustrado. Combinação nada promissora.
Por outro lado, existem lançamentos como os de ontem. O autor recebe centenas de convidados que ficam alegremente na fila e depois conversando pela livraria, vende-se outras boas centenas de livros e tudo isso ainda gera bastante repercussão positiva para o livro. Editora, autor e livreiros ficam todos satisfeitos. Cenário ideal.
Mas qual a diferença entre um lançamento de sucesso e os casos perdidos? Será apenas a força da personalidade do autor? Seu mailing pessoal? Ou é um modelo falido? Porque se você parar para pensar no público, ir a um lançamento significa nada mais do que prestigiar o autor, dado que hoje é possível comprar qualquer livro do conforto de sua casa. Tampouco acredito que o que atraia tantas pessoas seja a vontade de ter um autógrafo. Ao fim e ao cabo, penso que a editora deve levar em consideração o prestígio daquele autor e sua capacidade de atrair gente - ele está em sua cidade natal, por exemplo? - enquanto o próprio autor precisa pesar as contrapartidas do esforço e cansaço, mas que, muitas vezes, podem ser revertidas em um grande sucesso de vendas. E quem não quer isso?
Bom final de semana.

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