quarta-feira, 19 de agosto de 2009

existem capas... e capas!

Já conversamos antes sobre a importância de um título - momento que para muitos autores equivale ao fundo do poço da criatividade. Mas se o título de um livro é fundamental para ao mesmo tempo finalizar e inaugurar a história, podemos dizer o mesmo da capa. Esqueça o título, o gênero, e até mesmo o reconhecimento que tal autor possa ter: em uma livraria com milhares de opções, o que primeiro chama atenção de um futuro leitor é, sem dúvida, a capa.

Note que estamos falando disso em um país onde mais de 60% das compras de livro são feitas por impulso. Isso significa dizer que mais da metade dos leitores não chega às livrarias sabendo o que quer comprar, mas decide ali, na hora. Claro que uma boa crítica, a orelha apropriada e uma quarta-capa chamativas podem se tornar os fatores decisivo, apenas superados pelo plot. Mas a capa é o cartão de visitas, é a primeira triagem.

Isto dito, não é de surpreender que as editoras se preocupem (e invistam) muito neste aspecto da produção. A Simon & Schuster, uma das muitas editoras norte-americanas que já estabeleceram boas relações de troca com os blogueiros, pediu aos interessados no universo literário que respondessem a um questionário sobre crime fiction e thrillers. Aceitei o desafio e fui surpreendida por uma série de perguntas sobre... capas. Eles querem saber o que achamos de algumas capas escolhidas, ou das capas de outros títulos do gênero que estão entre os mais vendidos do mercado. O principal objetivo é descobrir como deixar claro apenas através da capa que se trata de um romance policial? Para quem está acostumado a lidar com palavras, pensar no assunto é, no mínimo, estimulante.

Mais um exemplo. Em navegações pela internet, me deparei com um site de design que está promovendo um concurso que diz: se você fosse criar uma capa para o romance Lolita, de Nabokov, como seria? Os participantes vão mandar suas criações e o vencedor será premiado (em dinheiro). O motivo do concurso é um só - os responsáveis pelo site consideram que, até a data de hoje, não houve uma edição cuja capa traduzisse o que o livro realmente é.

Lolita, da Companhia de Bolso: a minha edição. Falta um toque do humor sarcástico que marca a narrativa.

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