Os resultados da última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao Ibope, dá números aos bois que talvez já fossem senso comum: existem hoje 77 milhões de brasileiros não-leitores. Desse total, apenas 33% são analfabetos, o que significa dizer que a “não-leitura” está mais ligada à falta de interesse do que à questões sociais. Considerando como não-leitores aqueles que não leram nenhum livro no ano anterior à pesquisa, mais de 54% das alegações dizem respeito ao desinteresse pela leitura (falta de tempo; outras preferências; desinteresse total). No dia-a-dia de jovens e adultos entre 15 e 39 anos, a leitura aparece em 4º ou 5º lugar, atrás de ver televisão, ouvir música, às vezes rádio, e, inclusive, alguns preferem ocupar seu tempo livre... descansando.
Como conseqüência direta, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) revelou que, em 2008, os 4,8 mil estudantes brasileiros pouco compreendem o que estão lendo. Este indicador deixou nosso país em último lugar no ranking dos 32 países analisados. 17% dos estudantes leem muito devagar; 7% sequer compreendem o que leem; 11% não têm paciência para ler, e por aí vai.
Formar leitores não é apenas um dever da escola. O exemplo deve estar também dentro de casa; e autores e editoras precisam tomar cada vez mais consciência de sua atuação direta nesse processo. Que outros Machado de Assis e Jorge Amados possam ser capazes de despertar esse interesse nos jovens, leitores de hoje e de amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário